O evento reuniu grandes nomes do jornalismo esportivo para discutir a mulher e a sua inserção dentro da cobertura, principalmente no futebol
Por Carolini Déa e Giancarlo Mazza
Na noite de quinta-feira (22) o curso de Jornalismo do UniBrasil realizou a mesa redonda “Mulheres no Jornalismo Esportivo” que reuniu as jornalistas Gabriela Ribeiro, repórter do Globo Esporte, Janaína Castilho, repórter e apresentadora do Globo Esporte Paraná, Nadja Mauad, repórter do GE e filiada aos canais Globo, Tetê Mota, narradora da Rádio Coxa e Débora Saldanha, especialista em marketing esportivo e dona do projeto de negócios Vem pro Jogo.
A discussão foi baseada nas experiências das jornalistas, o começo de carreira, a falta de aceitação e o machismo dentro da área. As profissionais contaram sobre como a cobrança e a dedicação deve ser redobrada para que haja aceitação. Elas destacaram que como o jornalismo esportivo sempre foi um ramo majoritariamente masculino a cobrança para que as jornalistas não errem ou trabalhem sempre acima da média é muito maior.
As jornalistas contaram suas experiências desde a época de faculdade, quando começaram a se interessar pelo jornalismo esportivo, os estágios não remunerados e as diversas tentativas de ingressar em veículos, a relação com as redes sociais e a trajetória até realizarem o sonho de trabalhar na cobertura esportiva. Além de dicas e conselhos para os futuros profissionais, as convidadas relataram o quanto é difícil ser mulher dentro do meio esportivo, os preconceitos e as cobranças. Todas elas relataram que, por serem mulheres, muitas vezes precisam trabalhar o dobro para terem salários semelhantes aos homens que trabalham na área.
Apesar do preconceito e das dificuldades que todas concordaram existir, as jornalistas também afirmaram que o que importa é a competência, e que principalmente, elas não devem ser reconhecidas apenas por serem mulheres, mas sim pelo profissionalismo com o qual desempenham a sua função.
Para concluir, as jornalistas afirmaram que mesmo sendo um campo visto como masculino, as mulheres não podem desistir do jornalismo esportivo e que é necessário persistir para que as futuras profissionais mulheres tenham inspirações femininas dentro do ramo. “Não desistam por nós,” finalizou Janaína Castilho.
A aluna de jornalismo Alexia Lopes afirma que um evento como esses é importante porque muitas pessoas não vêem o ramo esportivo como jornalismo. “É preciso grandes exemplos em todas as áreas para que o crescimento do jornalismo continue.” A aluna Paola Fressato, uma das mediadoras do evento, disse que encontros como esse agregam muito na construção da futura profissional: “eu sonho em atuar na área esportiva e foi de extrema importância ouvir os conselhos e as experiências de mulheres que são minhas inspirações. As dificuldades existem, principalmente para nós mulheres, mas devemos aproveitar esse desafio e instigar ainda mais a busca pelo nosso espaço.”
A mesa “Mulheres no Jornalismo Esportivo” foi o penúltimo evento no XVII Ciclo de Debates e está disponível na página do Jornalismo UniBrasil no Facebook.